quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A LEI DO AMOR
 Um dos pontos mais relevantes a ser entendido sobre a vida é a Lei do Amor. Todo mundo fala, pensa e vive de amor. Cristo disse: "ame ao próximo como a si mesmo; amai vossos inimigos". As religiões certamente garantem que o amor é o caminho do céu, onde todos vivem felizes. O contrário, o ódio é rumo certo para o inferno, lugar de trevas. Uma pessoa muito feliz se encontra em estado de amor.  Muitas vezes encontra o amor em outra pessoa. É a paixão explodindo em seu coração. De repente tudo parece mudar. Será que o amor tem fim? Há um limite e um tempo para amar? Não, amor existe no ser humano e em todas as coisas na natureza. Um rio, uma mata, um animal, uma nuvem, uma chuva, um objeto, etc, etc. Mas as formas de amar são infinitamente diferentes de um ser para outro. Há pessoas que amam sensivelmente outras pessoas, enquanto outras as odeiam. Para uns uma borboleta pode não significar nada, para outros há um envolvimento essencialmente amoroso. Isso observamos em tudo. Como definir o certo e o errado nisso tudo? Não me atrevo jamais a tentar responder uma questão dessa complexidade. Mas usar nossa razão em qualquer situação pode ser útil.

Realmente o amor é sentimento ímpar. Algo inimaginável, surpreendente, muito acima de tudo o que podemos sentir no momento. A própria vida, essência de tudo, não seria possível caso Deus não houvesse definido a Lei do Amor. Em cada ser espiritual, o Criador inclui a centelha do amor capaz de promover o equilíbrio necessário à manutenção da harmonia universal em todos os sentidos. Isso permite a cada um viver rumo ao infinito caminho da evolução do bem comum. Rumo a felicidade eterna, e conseqüentemente, a manutenção da organização celestial em torno da vida. Nesse caminho, a cada dia, aperfeiçoamos o amor e atingimos momentos felizes. Amor e felicidade caminham juntos. Amor é a causa, felicidade o efeito. Ninguém é infeliz por natureza. A infelicidade momentânea é processo doloroso, sofrimento árduo, que só o amor é capaz de libertá-lo. Amor é solidariedade, fraternidade.  É a verdadeira caridade. Com seu aprimoramento, os laços de afinidades se unem e os momentos felizes se tornam mais e maiores.

Sem esse processo, se pudesse existir uma sociedade com a ausência total da centelha do amor, ou seja, uma comunidade existindo sob a Lei do ódio, egoísmo, vaidade, onde os mais fortes predominariam sobre os mais fracos, tudo caminharia para a destruição, o caos e o nada. Mesmo em locais onde habitam espíritos de níveis de evolução muito inferiores, há a atuação de espíritos de ordem mais avançada no gerenciamento da existência da vida. A centelha do amor presente em todo o universo é, portanto, fruto da perfeição da criação Divina.

Com a formação do Espírito, Deus o torna parte da sua criação universal e recebe a chama do próprio Criador (O AMOR), para trabalhar na construção da vida, gerando a harmonia, o equilíbrio e a adequada Lei da Existência. Cabe a ele se desenvolver, ao longo de uma caminhada infinita, contribuindo com o Criador no arranjo das necessidades para o aprimoramento rumo a perfeição. Mas muito grande é essa jornada e graças a Lei do amor é possível crescer numa velocidade conforme a sua própria vontade, ou seja, seu próprio livre-arbítrio. Quanto mais se avança na evolução espiritual, mais aumenta a sua participação no equilíbrio da criação e maior é o convívio num ambiente feliz. Isso significa conforto e satisfação pessoal cada vez maior.

A Lei do amor é, portanto, a essência de tudo. Como tirar o melhor proveito dessa Lei? É preciso um esforço indescritível de cada um no seu aprimoramento pessoal, buscando amar a todas as coisas. "Conhece-te a ti mesmo". É o diagnóstico do Ser. Como estou? O que desejo? Sou o que sou, melhor do que fui e serei melhor do que sou. O tamanho do passo seguinte depende do passo anterior...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

 DUALIDADE DO BEM E DO MAL
Um velho koan Zen-Budista narra que um homem muito avarento recebeu, oportunamente, a visita de um mestre.
O sábio, depois de saudá-lo, perguntou-lhe: - Se eu fechar a minha mão para sempre, não a abrindo nun­ca, como te parecerá?
o avaro respondeu-lhe sem titubear: - Deforma­da.
Muito bem, prosseguiu o interlocutor: - E se eu a abrir para sempre, como a verás?
- Igualmente deformada - redargüiu, o anfitrião.
O homem nobre concluiu, informando-o: - Se en­tenderes isso, serás um rico feliz.
Depois que se foi, o anfitrião começou a meditar e, a partir daí, passou a repartir com os necessitados, aqui­lo que lhe parecia excedente, tornando-se generoso.
Todos os opostos, afirma o antigo koan, bem e mal, ter e não ter, ganhar e perder, eu e os outros, dividem a mente. Quando são aceitos, afastam as pessoas da mente original, sucumbindo ao dualismo.
A sabedoria, concluiu a narração sintética, está no meio, no Zen, que é o caminho.
A dualidade sempre esteve presente no ser huma­no, desde o momento em que ele começou a pensar, desenvolvendo a capacidade de discernir. Os opostos têm-lhe constituído desafios para a consciência, que deve eleger o que lhe é melhor, em detrimento daquilo que lhe é pernicioso, perturbador, gerador de conflitos.
Não poucas vezes, por imaturidade, toma decisões compulsivas e derrapa em estados de perturbação, demarcando fronteiras e evitando atravessá-las, assim  
perdendo contato com as possibilidades existentes em ambos os lados, que podem auxiliar na definição de rumos. Essa definição, no entanto, não pode ser cercea­dora das vivências educativas, produtoras. Devem ca­racterizar-se pela eleição natural do roteiro a seguir, de maneira que nenhuma forma de tormento pelo não ex­perimentado passe a gerar frustração.
A experiência ensina a conquistar os valores legíti­mos, aqueles que propiciam a evolução, facultando, na análise dos contrários, a opção pelo que constitui estí­mulo ao crescimento, sem que gere danos para o pró­prio indivíduo, para o meio onde se encontra, para ou­trem. Somente assim, é possível a aquisição do com­portamento ideal, propiciador de paz, porque não traz, no seu bojo, qualquer proposta conflitiva.
Do ponto de vista ético, definem os dicionaristas, o bem é a qualidade atribuida a ações e a obras huma­nas que lhes confere um caráter moral. (Esta qualida­de se anuncia através de fatores subjetivos - o senti­mento de aprovação, o sentimento de dever - que le­vam à busca e à definição de um fundamento que os possa explicar.)
O mal é tudo aquilo que se apresenta negativo e de feição perniciosa, que deixa marcas perturbadoras e afugentes.
Na sua origem, o ser não possui a consciência do bem nem do mal. Vivendo sob a injunção do instinto, é levado a preservar a sobrevivência, a reprodução, atu­ando por automatismos, que irão abrindo-lhe espaços para os diferenciados patamares do conhecimento, do pensamento, da faculdade de discernir.
A seleção do que deve em relação ao que não deve realizar dá-se mediante a sensação da dor física, depois emocional, mais tarde de caráter moral, ascendendo na escala dos valores éticos. Percebe que nem tudo quanto lhe é lícito executar, pode fazê-lo, assim realizando o que lhe é de melhor, no sentido de descobrir os resulta­dos, porqüanto aquilo que lhe é facultado, não poucas vezes fere os direitos do próximo, da vida em si mes­ma, quanto da sua realidade espiritual.
Essa percepção torna-se a presença da capacidade de eleger o bem em detrimento do mal. Faz-se a reali­dade livre da sombra; o avanço psicológico sem trau­ma, a ausência de retentivas na retaguarda.
Embora haja o bem social, o de natureza legal, aquele que muda de conceito conforme os valores éticos estabelecidos geográfica ou genericamente, pai­ra, soberano, o Bem transcendental, que o tempo não altera, as situações políticas não modificam, as cir­cunstâncias não confundem. É aquele que está ins­crito na consciência de todos os seres pensantes que, não obstante, muitas vezes, anestesiem-no, perma­nece e se impõe oportunamente, convidando o in­frator à recomposição do equilíbrio, ao refazimento da ação.
O mal, remanescente dos instintos agressivos, pre­domina enquanto a razão deles não se liberta, sob a dominação arbitrária do ego, que elabora interesses hedonistas, pessoais, impondo-se em detrimento de todas as demais pessoas e circunstâncias.
O seu ferrete é tão especial que, à medida que fere quantos se lhe acercam, termina por dilacerar aquele que se lhe entrega ao domínio, tombando, exaurido, pelo caminho do seu falso triunfo.
O ser humano foi criado à imagem de Deus, isto é, fadado à perfeição, superando os impositivos do trânsito evolutivo, nessa marcha inexorável a que se encon­tra compelido.
Possuindo os atributos da beleza, da harmonia, da felicidade, do amor, deve romper, a pouco e pouco, a casca que o envolve - herança do período primário por onde tem que passar - a fim de desenvolver as apti­dões adormecidas, que lhe servem temporariamente de obstáculo a esses tesouros imarcescíveis.
O Bem pode ser personificado no amor, enquanto o mal pode ser apresentado como sendo-lhe a ausên­cia.
Tudo aquilo que promove e eleva o ser, aumentan­do-lhe a capacidade de viver em harmonia com a vida, prolongá-la, torná-la edificante, é expressão do Bem. Entretanto, tudo quanto conspira contra a sua eleva­ção, o seu crescimento e os valores éticos já logrados pela Humanidade, é o mal.
O mal, todavia, é de duração efêmera, porque re­sultado de uma etapa do processo evolutivo, enquanto o Bem é a fatalidade última reservada a todos os indi­víduos, que se não poderão furtar desse destino, mes­mo quando o posterguem por algum tempo, jamais o conseguindo definitivamente.
Eis porque o ser tem a tendência inevitável de bus­car o amor, de entregar-se-lhe, de fruí-lo.
Encarcerado no egoísmo e acostumado às buscas externas, recorre aos expedientes do prazer pessoal, em vãs tentativas de desfrutar as benesses que dele decorrem, tombando na exaustão dos sentidos ou na frustração dos engodos que se permite.
Oportunamente um aprendiz indagou ao seu mes­tre: - Dize-nos o que é o amor.
- E o sábio, após ligeira reflexão, redargüiu com um sorriso:
- Nós somos o amor.
Esse sentimento que temos todos os seres viventes expressa o Supremo Bem, que nos cumpre buscar, em­bora estejamos na faixa da libertação da ignorância, errando, ainda praticando o mal temporário por falta da experiência evolutiva, que nos junge às sensações, em detrimento das emoções superiores que alcançare­mos.
Há uma tendência para a experiência do Bem, face à paz e à beleza interior que se experimenta, constitu­indo-se um grande desafio ao pensamento psicológico estabelecer realmente o que é de melhor para o ser hu­mano, graças aos impositivos dos instintos que prome­tem gozo, enquanto que a sua libertação, às vezes, do­lorosa, em catarse de lágrimas, proporciona em plenitude.
A terapia do Bem - essa eleição dos valores éticos que propiciam paz de consciência - constitui proposta excelente para a área da saúde emocional e psíquica, conseqüentemente, também física dos seres humanos, que não deve ser desconsiderada.
A medida que se amplia o desenvolvimento psico­lógico, seu amadurecimento, são eliminadas as distân­cias entre o eu e os outros, superando o mal pelo bem natural, suas ações de fraternidade e de compreensão dos diferentes níveis de transição moral, compreenden­do-se que o mal que a muitos aflige, por eles mesmos buscado, transforma-se na sua lição de vida.
Eis porque é necessária a terapia da realização edi­ficante, produzindo sempre em favor de si mesmo, do próximo e do meio ambiente, evitando qualquer tenta
tiva de destruição, de perturbação, de desequilíbrio.
Por isso, não realizar o bem é fazer-se a si mesmo um grande mal. Dificultar-se a ascensão, é forma de comprazer-se na vulgaridade, na desdita, assumindo um comportamento masoquista, no qual se sente valo­rizado.
Certamente, nem todos os indivíduos conseguem de imediato uma mudança de conduta mental, por­tanto, emocional, da patologia em que se encarcera, para viver a liberdade de ser feliz. Isso exige um esforço her­cúleo que, normalmente, o paciente não envida. Acre­dita que a simples assistência psicológica irá resolver-lhe os estados interiores que o agradam, quase que a passo de mágica, transferindo para o psicoterapeuta a tarefa que lhe compete desenvolver.
Para esse cometimento, o do reequilíbrio, a assis­tência especializada é indispensável, somada à contri­buição de um grupo de apoio e ao interesse dele pró­prio para conseguir a meta a que se propõe.
A religião bem orientada, pelo conteúdo psicológi­co de que se reveste, desempenha um papel de alta re­levância em favor do equilíbrio de cada pessoa e, por extensão, do conjunto social, no qual se encontra loca­lizada.
A religião que se fundamenta, no entanto, na con­duta científica de comprovação dos seus ensinamen­tos, que documenta a realidade do Espírito imortal e a sua transitoriedade nos acontecimentos do corpo, como é o caso do Espiritismo, melhores condições possui para auxiliá-la na escolha do caminho a trilhar com os pró­prios pés, propondo-lhe renovação interior e adesão natural aos princípios que promovem a vida, que a dig­nificam, portanto, que representam o Bem.
Por outro lado, proporciona-lhe uma conduta res­ponsável, esclarecendo-a que cada qual é responsável pelos atos que executa, sendo semeadora e colhedora de resultados, cabendo-lhe sempre enfrentar os desafi­os de superar-se, porque toda conquista valiosa é re­sultado do esforço daquele que a consegue. Nada exis­te que não haja sido resultado de laborioso esforço.
Ainda mais, faculta-lhe o entendimento de como funcionam as Leis da Vida, em cuja vigência todos os seres somos participantes, sem exceção, cada qual res­pondendo de acordo com o seu nível de consciência, o seu grau de pensamento, as suas intenções intelecto-morais.
Abre, ademais, um elenco de novas informações que a capacitam para a luta em prol da saúde, expli­cando-lhe que existe um intercâmbio mental e espiritu­al entre as criaturas que habitam os dois planos do mundo: o espiritual ou da energia pensante e o físico ou da condensação material.
A morte do corpo, não extinguindo o ser, apenas altera-lhe a compleição molecular, mantendo-lhe, não obstante, os valores intrínsecos à sua individualidade, o que faculta, muitas vezes, o intercâmbio psíquico.
Quando se trata de alguém cuja existência foi pau­tada em ações elevadas, a influência é agradável, rica de saúde e de harmonia. Quando, porém, foi negativa, inquieta ou doentia, perturbada ou insatisfeita, trans­mite desarmonia, enfermidades, depressões e alucina­ções cruéis, que passam a constituir psicopatologias de classificação muito complexa, na área das obsessões espirituais e de libertação demorada, que exigem mui­to esforço e tenacidade nos propósitos em favor da re­cuperação da saúde.
O Bem, portanto, é o grande antídoto a esse mal, como o é também para quaisquer outros estados per­turbadores e traumáticos da personalidade humana.
Outrossim, a experiência do Bem se dará plena após o trânsito pelas ocorrências do Mal, os insucessos, as perturbações, as reações emocionais conflitivas, que facultam o natural selecionar dos comportamentos agra­dáveis, tranqüilos, que validam o esforço de haver-se optado pelo que é saudável. Caso contrário, a aquisi­ção positiva não se faz total, porque será mais o resul­tado de repressão aos instintos do que superação de­les, graças ao que se pode adquirir virtudes - sentimen­tos bons, conquistas do Bem -, no entanto, perder-se a integridade, a naturalidade do processo de elevação. A pessoa torna-se frustrada por não haver enfrentado as lutas convencionais, evitando-as, ocasionando um sen­timento de culpa, que é, por sua vez, uma oposição à proposta encetada para a vida correta.
A experiência do Bem e do Mal começa na infância diante das atitudes dos pais e dos demais familiares. Por temor a criança obedece, porém, não compreende o que é certo e aquilo que é errado, que lhe querem incutir os genitores, muitas vezes por imposição sem o esclarecimento correspondente para a análise lenta e àassimilação da razão.
Se a criança não consegue entender aquilo que lhe é ministrado e exigido, passa a aceitar a informação por medo de punição, até o momento em que se liberta da imposição, transformando o sentimento em culpa, e temendo reagir pelo ódio ou pelo ressentimento, ou, noutras situações, reprimindo-se, tomba na depressão. O inconsciente, utilizando-se do mecanismo de preser­vação do ego, resolve aceitar o que foi ministrado, pas
sando a insuflar a conduta reta, no entanto, em forma de máscara que oculta a realidade reprimida.
A conquista paulatina do Bem produz equilíbrio e segurança, eliminando as armadilhas do ego, que mais tem interesse em promover-se do que em ser substituí­do pelo valor novo, inabitual no seu comportamento.
Por isso mesmo, o Bem não pode ser repressor, o que é mal, porém, libertador de tudo quanto submete, se impõe, aflige. A sua dominação é suave, não constri­tora, porque passa a ser uma diferente expressão de conduta moral e emocional, dando prosseguimento àassimilação dos valores que foram propostos no perío­do infantil, e que constituem reminiscências agradáveis que ajudam nos procedimentos dos diferentes perío­dos existenciais, na juventude, na idade adulta, na ve­lhice.
Em razão disso, torna-se mais difícil a assimilação e incorporação dos valores do Bem em um adulto acli­matado à agressão, às lutas, nas quais predominou o Mal, houve a sua vitória, os resultados prazerosos do ego, a vitalização dos comportamentos esmagadores, que geraram heróis e poderosos, mas que não escapa­ram das áreas dos conflitos por onde continuam transi­tando.
Somente através da renovação de valores desde cedo é que o Bem triunfará nas criaturas.
Quando adultas, o labor é mais demorado, porque terá que substituir as constrições do ego e, através da reflexão, dos exercícios de meditação e avaliação da conduta, substituir os hábitos enraizados por novos comportamentos compensadores para o eu superior.
Eis porque se pode afirmar que o Bem faz muito bem, enquanto que o Mal faz muito mal. A simples mudança, portanto, de atitude mental do indivíduo en­seja-lhe o encontro com o Bem que irá desenvolver-lhe os sentimentos profundos da sua semelhança com Deus.

AMOR, IMBATÍVEL AMOR
DIVALDO PEREIRA FRANCO

PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÃNGELIS

terça-feira, 8 de novembro de 2011


VIDAS SUCESSIVAS

 "Não te maravilhes de te haver
dito: Necessário vos é nascer de
novo."
Jesus. (JOÃO, 3:7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.
Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
(Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
16a edição. Lição 110. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011