terça-feira, 26 de julho de 2011

DIETA COMPORTAMENTAL


Rogério Coelho
 “A Educação e a oração, constituem o equilibrado cardápio de luz que alimenta e plenifica o Espírito.” – François C. Liran

Somos, ao mesmo tempo, receptores e emissores de energia. Lançamos ao nosso derredor forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis. À semelhança da aranha, estamos presos à própria teia das criações mentais a que damos origem. Daí afirmar Emmanuel:

Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.1

Já dizia Jesus: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”,2 portanto, movemo-nos ao talante do nosso arbítrio íntimo.  Destarte, só lograremos atingir o desiderato assinado pelo Pai a todas as criaturas, isto é, a perfeição e felicidade sem mescla, se conseguirmos nos elevar, com todos os elementos de nossa órbita, aos alcandorados sítios da Espiritualidade superior. Alteiam-se, aí, dois propulsores da ascese: a oração e a educação. Enquanto a oração nos dá o norte, a direção, portanto, a esperança, conectando-nos com os mananciais superiores da inspiração, a educação ensejará a difícil lapidação das arestas da intimidade psíquica, facultando ao Espírito em evolução a obediência, a resignação,
a confiança e a perseverança que o auxiliarão a seguir, sem desvios – intimorato e intemerato – o roteiro esboçado pelo Mais Alto.

A prece [adenda Emmanuel] traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho. [...] o culto à prece é marcha decisiva.3
A educação [diz Joanna de Ângelis] é o processo de adaptação aos superiores degraus da Vida espiritual para onde se segue.4

Por ancestral atavismo – remanescente da longa demora nos abissais sítios do instinto ainda estamos “encharcados” das induções primárias. Faz-se, pois, mister efetuar ingentes esforços para nos desembaraçarmos das teias vigorosas desses impulsos menos felizes, para que o crescimento em Espiritualidade venha a ser o corolário natural dessas batalhas íntimas.

A educação como ciência e arte de vida

À Educação está entregue a grave e árdua tarefa de desenvolver as tendências positivas ínsitas no Espírito e corrigir as inclinações malsãs que deságuam em quedas de vária ordem. Após milenares períodos de experiências palingenésicas, a própria vida tornou-se uma Escola de Reciclagem, onde – de observação em observação – o Espírito aprende a discernir o que é melhor ou pior para si mesmo, auxiliando-o no estabelecimento de um quadro de valores, de que se pode utilizar para a tranquilidade interior. Como ninguém é uma ilha, o isolacionismo não realiza criatura nenhuma. A sociedade se torna, então, educadora por excelência, ao oferecer as suas características gregárias. Por tudo isso, assiste toda razão a um “Espírito Amigo” ao afirmar:

O Evangelho é, quiçá, dos mais respeitáveis repositórios metodológicos de educação e da maior expressão de filosofia educacional. Não se limitando os seus ensinos a um breve período da Vida e sim prevendo-lhe a totalidade, propõe uma dieta comportamental sem os pieguismos nem os rigores exagerados que defluem do próprio conteúdo do ensino.

Quando os mecanismos da educação falecem, não permanece o aprendiz da Vida sem o concurso da evolução, que surge como dispositivo de dor, emulando-o ao crescimento com que se libertará da situação conflitante, afligente, corrigindo-o e facultando-lhe adquirir as experiências mais elevadas.

Os hábitos que se arraigam no corpo, procedentes do Espírito como lampejos e condicionamentos, retornam e se fixam como necessidades, sejam de qual expressão for, constituindo uma outra natureza nos refolhos do ser, a responder como liberdade ou escravidão, de acordo com a qualidade intrínseca de que se constituem.

Imperioso, portanto, conforme propôs Jesus, que se faça a paz com o “adversário enquanto se está no caminho com ele”,5 vez que, amanhã, talvez seja muito tarde e bem mais difícil alcançá-lo. O mesmo axioma se pode aplicar à tarefa da educação: agora, enquanto é possível, moldar- -se o eu, antes que os hábitos e as acomodações perniciosas impeçam a tomada de posição, que é o passo inicial para o deslanchar sem reversão.6

Neste mundo de escarcéus, onde as procelas físicas e morais tendem a fazer malograr os esforços sintonizados com as faixas do bem, aprendamos a orar e a valorizar a educação, tendo ambas – oração e educação – como bagagens indispensáveis que deverão sempre nos acompanhar, conduzindo-nos com segurança através das veredas marcadas por aquele que é “o caminho, e a verdade, e a vida”. (João, 14:6.) Daí, inspiradamente, versar Auta de Souza:

Todo anseio da crença acalma as dores,
Toda prece é uma luz para quem chora,
A oração é o caminho cor de aurora
Para o sonho dos pobres pecadores!...7


Referências
1XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 36. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 149.
2MATEUS, 6:21.
3XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 36. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB. 2011. Cap. 149, p. 368.
4FRANCO, Divaldo P. SOS família. 4. ed. Salvador: LEAL, 1984.
5MATEUS, 5:25.
6FRANCO, Divaldo P. SOS família. 4. ed. Salvador: LEAL, 1984.
7XAVIER, Francisco C. Parnaso de além-túmulo. 19. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Vinde!, p. 33.

terça-feira, 19 de julho de 2011

VIDEO COM DEPOIMENTO DE BETH BARBIERI
PRESIDENTE DA FERGS, SOBRE A CONJERGS


sexta-feira, 15 de julho de 2011

FOTOS DO ENCONTRO JOVEM REALIZADO EM LIVRAMENTO

sexta-feira, 8 de julho de 2011

  O LIVRO DOS MÉDIUNS
Falar em Livro dos Médiuns nos dá a impressão de que se está falando de uma obra pertencente a uma categoria especial de pessoas, e que somente a estas pessoas interessaria.
No entanto, O Livro dos Médiuns é um livro de todos, que a todos nós pode interessar.
Nele mesmo encontramos a confirmação disto: A primeira frase do item que abre o seu Capítulo XIV diz que toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao ser humano...
Podemos então dizer que ele fala a todos os seres humanos, desde que todos somos médiuns, não na medida do desenvolvimento de nossas faculdades, mas na medida em que desejamos aprender a lidar com as influências espirituais em nossas vidas.
O subtítulo desta obra também é bastante esclarecedor: Guia dos Médiuns e dos Evocadores.
O que é um guia? É um roteiro, uma obra de orientação, podemos dizer, um mapa. De fato, O Livro dos Médiuns é como um mapa que nos descortina os territórios de mediunidade de maneira completa e minuciosa, respondendo questões básicas e analisando a fundo suas conseqüências.
O que é mediunidade? É a faculdade dos médiuns. (Cap. XXXII - Vocabulário Espírita)
Que são médiuns? São pessoas que sentem a influência dos Espíritos e que podem servir de intermediárias entre elas e os homens. (Itens 159 e 224).
Para que serve a mediunidade? Para servir à Humanidade. (Item 226).
Quais as qualidades essenciais de um bom médium? Desinteresse, modéstia e abnegação. (Cap. XXXI, XIV)
Onde praticar a mediunidade? Todo médium que sinceramente não queira se transformar em instrumento da mentira deve procurar produzir nas reuniões sérias. (Item 329)
O Livro dos Médiuns, situado por Kardec como continuação de O Livro dos Espíritos, é a conseqüência prática dos postulados filosóficos explicitados neste último, fundamentando-se nos seus princípios, como a existência de Deus e dos Espíritos, a imortalidade e a comunicabilidade dos Espíritos, a evolução e a vida no Plano Espiritual.
Por ocasião do lançamento de O Livro dos Médiuns, em janeiro de 1861, Allan Kardec manifestou seu desejo de que, conhecendo a fonte da mediunidade, pudéssemos nela haurir o ensinamento adequado a nos assegurar a felicidade futura - segundo suas próprias palavras. Diz ainda que seus esforços sempre tenderam a conduzir o Espiritismo a este objetivo.
O conhecimento da mediunidade e suas implicações nos ajuda, tanto na administração de nossa vida interior, reconhecendo e trabalhando com os pensamentos bons ou ruins, que não nos pertencem, mas que adentram nosso campo mental, quanto na vasta aprendizagem que se torna possível a partir do contato com Espíritos elevados e seus esclarecimentos, os quais nos chegam através de outros médiuns, na forma de livros ou mensagens, ou diretamente, pela via da inspiração.